Cobranças Dificeis.

Obter o pagamento de um trabalho efectuado nem sempre é fácil e, por vezes, torna-se mesmo desagradável ou até impossível. Para evitar situações complicadas de cobranças que se podem tornar infernais, podemos recorrer a várias técnicas para aceder ao que é nosso por direito ou para minimizar os efeitos de uma cobrança difícil.


Flexibilidade

Por vezes os clientes pedem alguma flexibilidade no pagamento. Sermos flexíveis é, tipicamente, uma característica boa, mas por vezes há casos extremos em que a flexibilidade é confundida com fraqueza e torna-se necessário impor-mo-nos de formas menos agradáveis.

Quando os clientes já são conhecidos por serem maus pagadores, devemos ser pró-activos e alterar o nosso modelo de facturação dos pagamentos de forma a ficarmos protegidos contra meses de espera por pagamento que teima em não acontecer.

Pré-Pagamento

Uma forma de evitar chatices é efectuar a cobrança antes de iniciar o projecto. Este tipo de solução é bastante inflexível para o cliente, mas quando este é um velho conhecido por ser mau pagador, esta é uma das formas mais seguras de garantirmos o pagamento do nosso trabalho.

Se o cliente se queixar, e provavelmente fá-lo-á, o argumento para esta atitude é simples de justificar, é o custo da sua reputação como mau pagador, se não tivesse essa reputação este tipo de modelo de facturação não seria necessário. Ser franco e directo numa situação destas mostra aos clientes maus pagadores que está ali para trabalhar mas que não aceita não ser pago pelo trabalho efectuado.

Neste modelo é necessário não esquecer que as alterações pedidas após o arranque do projecto devem ser igualmente pagas à cabeça.

Pagamentos Agendados

Uma forma mais flexível de pré-pagamento é o agendamento dos pagamentos. Por exemplo, 25% no arranque, 50% a meio e os restantes 25% no acto da entrega. Mas o simples acordo pode não ser suficiente. Peça cheques pré-datados, tantos quantos os pagamentos acordados e cada um com a data do pagamento acordado. Não se esqueça de avisar o cliente uns dias antes de que vai depositar o cheque referente a um determinado pagamento. Esta atenção para com o cliente é, na verdade, uma salvaguarda de que haverá dinheiro disponível para o pagamento.

Ninguém quer ficar na lista negra por um cheque sem cobertura, por isso esta técnica transfere-nos algum poder sobre o cliente. É normal o cliente tentar adiar esses pagamentos, pedindo mais algum tempo. Numa situação destas cabe-nos gerir a situação com bom senso. De novo, a flexibilidade é boa, mas não deve ser vista como uma fraqueza, pelo que esgotado o limite da flexibilidade podemos meter o cheque. Poderá acontecer o caso em que o cliente, se estiver de má fé, pode dar os cheques como perdidos, extraviados ou mesmo roubados. Numa situação deste tipo devemos analisar com muita atenção a nossa cooperação com o cliente, uma vez que está claro que este não se interessa pelo pagamento do trabalho.

Factoring

Factoring é, grosso modo, um serviço orientado para os problemas das vendas a crédito ou de prazos de pagamento dilatados. Esta solução é fácil de encontrar, quase todas as instituições bancárias possuem serviços de factoring, mas dado que há um custo associado, a sua utilização deverá ser ponderada com especial atenção.

Situações Extremas

Por vezes a cobrança atinge situações extremas em que temos também de tomar medidas extremas. Em casos destes já é difícil haver espaço para a flexibilidade, pelo esta poderá dar lugar à intransigência.

Grite

Literalmente, grite. Zangue-se com o cliente. Mostre-lhe o seu real descontentamento. Tenha em atenção que:


1.deve ter a razão do seu lado, com factos a suportarem a sua posição, e

2.nunca deve faltar ao respeito ao cliente.

Na verdade, ao contrário do que está acima, não é necessário gritar. Mas deve mostrar o seu desagrado de forma um pouco menos simpática, afinal o assunto é sério e grave e a conversa e a postura devem decorrer de acordo com a gravidade da situação. Por vezes é mesmo necessário fazer “cara feia” e essa atitude ajuda a desbloquear situações extremas.

Pare de Trabalhar

Um cliente que não paga não é sinónimo de um cliente que não quer ter o trabalho concluído. Quando o cliente se apercebe de que se não pagar não vai obter o trabalho, normalmente efectua o pagamento ou quererá dialogar para chegar a um novo acordo.

Mas dada a gravidade da situação, é necessário avaliar se a atitude se alterará ou o cliente está apenas a tentar mais do mesmo, ou seja mais trabalho sem pagamento. Numa situação destas poderá aceitar recomeçar o trabalho apenas após a consumação do pagamento em falta, ou mesmo avaliar se não está na hora de colocar um ponto final na colaboração.

Reavalie a Colaboração

Como visto anteriormente, há situações em que devemos ponderar seriamente a continuidade da colaboração com o cliente. Um cliente que não paga, ou que vai pagar mas muito diferido no tempo e, talvez, a conta-gotas, está apenas a atrasar-nos a vida.

Além de não estarmos a receber, por vezes ainda estamos a gastar em deslocações e alimentação, o que aumenta o saldo negativo para o nosso lado.

Mas o custo de uma situação destas extravasa o valor monetário envolvido. Uma situação destes consome também tempo e muita paciência para suportar e gerir a situação. No caso de sermos mais nervosos pode até existir um custo no que toca à nossa saúde.

Tudo isto somado deverá ser ponderado de forma a verificar se compensa suportar a situação ou se, por outro lado, está na hora de terminar a relação e encontrar outro projecto. Mesmo sem ter projecto, ficar em casa pode ser uma opção mais barata, dado que nos pode baixar custos como os da deslocação e alimentação.

Fonte: .serfreelancer

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