Ourives julgado por ter morto ladrão e carjacker

“É uma injustiça o que lhe estão a fazer. Deviam era dar-lhe um louvor por ter tentado defender o que era dele”. A opinião é de Manuel Carvalho, um antigo cliente da ourivesaria Vilaça, em S. Romão de Coronado, na Trofa, que foi assaltada em Julho do ano passado por um grupo de quatro homens armados. O ourives começa hoje a ser julgado pela morte de um dos assaltantes, também carjacker.




O comerciante, Fernando Vilaça, senta-se no banco dos réus no Tribunal de Santo Tirso e está acusado de “homicídio privilegiado”, um crime que é punível com prisão de um a cinco anos. Está prevista na lei para os casos em que o acto surge num estado de “emoção violenta”.



O assalto aconteceu no dia 2 de Julho de 2009, quando quatro jovens entraram na ourivesaria Vilaça, partiram as montras e roubaram vários artigos em ouro. Tresloucado, o ourives pegou numa caçadeira e atingiu um dos ladrões, que tinha disparado contra si.



A quadrilha pôs-se em fuga num carro que tinha sido roubado por carjacking em Paços de Ferreira, onde os esperava outro colega. Mesmo com o amigo, de 18 anos, a esvair-se em sangue, o grupo continuou a onda de assaltos e, perante a falta de gasolina, ainda roubaram outra viatura. O jovem de 18 anos acabou por morrer à porta de casa, em Rio Tinto, onde foi deixado depois do assalto.
Manuel não assistiu aos acontecimentos de Julho de 2009, mas é da opinião que o ourives “devia ser um exemplo”. “Talvez assim os ladrões pensassem duas vezes antes de entrar por aí a roubar”, afirma.




O início do julgamento é tema de conversa na freguesia. “É a justiça que temos. Um homem sério e trabalhador vai ser julgado por não querer que lhe roubassem o que era dele”, considerou.



Os antigos clientes de Fernando Vilaça lamentam que o ourives não tenha voltado ao negócio e lembram que o empresário “ficou muito abalado com tudo o que aconteceu” e que não voltou a abrir a loja “com medo do que lhe pode vir a acontecer”. Desde o assalto, é seguido por um psiquiatra.



Os assaltantes estão quase todos em prisão preventiva. Foram apanhados pela PJ uns dias depois, mas serão julgados em separado pelo roubo à ourivesaria.



PORMENORES



AMEAÇADO DE MORTE



O empresário, de 57 anos, resistiu ao assalto e foi ameaçado de morte, com o grupo de assaltantes, com idades entre os 16 e os 19 anos, a conseguir fugir com artigos de ouro num valor superior a 204 mil euros.



ABANDONADO



Carlos, de 18 anos, o ladrão baleado, era tido como o líder do grupo. Foi abandonado pelos cúmplices à porta de casa, no bairro dos Carreiros, em Rio Tinto, cerca de uma hora depois do assalto. Faleceu diante do olhar da mãe.



in Correio da Manhã

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