È Uma vida Lixada...

E tal como todas as outras coisas a depressão tem que ter uma causa. Se a depressão é geralmente identificada com dor e sofrimento, talvez a causa esteja nalguma forma de prazer bastante estranha. Eu acho que deriva de um amor próprio muito profundo, aliado a uma frustração, uma divisão de dois mundos, o mundo da fantasia rebuscada e o mundo da realidade aborrecida. E a distância entre os dois vai aumentando, e ao fim de algum tempo senti que havia cada vez mais actividade mental e menos actividade física. E como nada fazia para mudar a realidade pois já tinha dado por perdida qualquer hipótese de a realidade se aproximar da minha fantasia, cada vez mais impossível de realizar, instalou-se a frustração. Mas parece-me que o passo mais difícil tem sido abdicar da fantasia. Embelezamos tanto as nossas fantasias com sentimentos nobres e outras coisas que tal, ao ponto de até a escrita que antes era uma forma de libertação, ser apenas um reflexo dessas fantasias... e frustrações. Não há uma sem a outra. A não ser que sejamos humildes nas nossas ambições e os nossos objectivos não estejam colocados num plano longínquo. Se não quisermos mais do que o que necessitamos, talvez aí haja equilíbrio e libertação dos opostos Fantasia/Frustração. E depois também há a paranóia. Essa, que quando o cansaço se instala ataca impiedosamente o hedonista desprevenido. Uma visão distorcida da realidade, assustadora por vezes, creio que é também um reflexo dos nossos medos, daquilo que nós queremos esconder de nós mesmos. Como são experiências intensas, fica-se com a idéia de que tudo na paranóia tem um significado especial, que vale a pena ficar a pensar horas e horas sobre aquilo que pensamos e sentimos durante a paranóia. Mas não vale. Mais vale seguir em frente e pronto. É uma vida lixada

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